ALGUM TEMPO DEPOIS...

Theca Angel



Ainda que recolhendo o pranto
e no rosto o sorriso desenhando...
Ainda que sem o terno acalanto
e da alma, as portas fechando...
Tentaria deixar para trás o passado.

Sem desejar nem mesmo esquece-lo,
a razão determinou que acabados
estavam aqueles sonhos e torna-los
brumas esparsas, num tempo findado,
era o renascer que se fazia tardio!

O retrato que tantos momentos
acompanhou-a, tornou-se segredo...
As palavras que ressoaram tenazmente
por tempos sem fim, emudeceu-as
com a coragem da dor, em degredo!...

As sensações, jurou a si mesma, dete-las.
As lembranças, num escaninho
determinou com veemência, dete-las.
Ainda ressoavam aos ouvidos os risos,
as juras, os estertores do amor no ninho...

Mas, mesmo à estes, tampou os ouvidos
e em prantos negou-lhe seus sentidos.
Os afagos que queimavam-lhe a pele
ainda traziam-lhe eletrizantes arrepios,
mas na vazão à última lágrima, sorriu...

Ainda que doessem os momentos vazios,
foram sepultadas as horas de agonia,
em que o sono se fazia ausente...
Substituiu-as, novas auroras! Um presente,
sem o alternar-se fugidio de fantasias!

O olhar tornou-se mais eloquente...
A voz ficou mais firme e tranquila...
O corpo readquiriu antiga elegância...
Seus passos, a leveza imanente
de pensamentos cheios de poesias!


Olhou para trás, ainda que por um só instante.
Estava novamente tentando viver, e...consciente!




DÁDIVAS TUAS...

Theca Angel



Tenho por sina a rima de teu amor
Que torna meus versos tensos de desejos
Neles, as palavras são insólitos arpejos
De uma sinfonia única em esplendor!



Dentro do peito, da espiral de emoções,
Jorram as composições, em febris evoluções...
Nascem então os versos, explosivos vulcões
Hipnotizados por toda gama de sensações!


Quando teus lábios, ébrias canções vertiam
E teus sonhos em vibrantes poesias refulgiam
Nossas almas se entrelaçavam em delirante ardor!


Quantos os nossos momentos com perfume de flor
Quanta era a querência nos levando a compor,
O que em mim, hoje, sem oníricas carícias, se aninham!


(Ficaram encravados os tons, sons, vibrações, a dor...
Dádivas tuas que sobre minhas poesias se aviam!)



DELIRANTES CALAFRIOS

Theca Angel



Minha pele recende a teu perfume
Sinto nela ainda o toque de tuas mãos
Você é minha luz e meu queixume,
é meu eterno sim e fugaz meu não!

Quando tua boca alcança a minha
è como se fogo em brasas me atingisse...
Se sussurras juras baixinho ao meu ouvido
Me transpassas em delirantes calafrios!

Você é o meu céu e o meu inferno.
Angelical promessa de sensuais venturas.
Luxuriante vendaval de cegas loucuras...
Você é minha paz e minhas guerras!

Te amo, não te amo, o que faço?
Sem ti me pego digladiando-me em luta inglória
Contigo sou meteoro em infinito espaço
Sem ti sou miserável pedinte em agonia!

Desejo-te e afasto-te, mãos trementes.
O imã de teu corpo me consome...
Quero-me em teus braços,consciente...
De tua alma notívaga tenho fome!

 

 

 


 

 

 

 

 

 

Imagen

Elena Dudina

 

Diseño Web

Betsy


 

 

contador gratuito