FOGATA DE OSCURO

PÁJARO PLUMOSO

 

Ves

el recuerdo

me enjuga lenguaraz

lo que nunca existió.

La mitad de mi misma

va destejiendo

La cintura

las mangas

ovilla a comisura

las arrugas

veleta desviada.

Cruzan desoladas imágenes

tribales

enardecen la lengua

me propagan.

Un campo de lino ebrio

me acompaña resistiendo.

Ya ves

lo que tengo

un enjambre

un puñado finito

lo poco

que originan las manos.

 

 

 

A LA IZQUIERDA

 

 

Impaciente  por el apuesto

le arranqué una morena pluma

apretujé  en la palma

me quedó ardorosa entre los dedos

 por identificarlo intenté escribir en el aire

por demorarlo

 la higuera me repatrió  áspera

por retenerlo

 el cedro me resignó al  rojo

lo busqué entre los bosques

subí todas las ramas

escruté impetuosa cada nido

y a tanteos en  las matas por sí

había caído.

 Me agité desvelada en demostraciones

subo todas las tardes  a la izquierda de Dios

Llevo de los  cebiles la piel aguijoneada

vigilando efusiva cada trino

en alta casuarina.

 

 

ANDADAS

 

Vagabundeo

en un interior aún cerrado

Ya  te dije

que  estuve con un pie  paralítico

resignada al empate,

a un goce, a una  ira,

a ciertas nostalgias de tardes parecidas

celebrando el lamento

deletreando  sin riesgos.

 

Ahora al otro lado del puente...

llegué donde el olor a pólvora

carga  tierra firme

explosiona  un cosmos

recuerda estallido reventón

voladura, deseo.

 

FOGUEIRA NO ESCURO
PASSARO EMPLUMADO


Vês
a recordação
me enxuga habilmente
o que nunca existiu.
metade de mim mesma
vai desfiando
A cintura
as mangas
as bordas labiais formando
rugas
valeta desviada.
Cruzam desoladas imagens
tribais
excitam a língua
me propagam.

Um campo de linho ébrio
me acompanha resistindo.
Já vês
o que tenho
um enxame
um punhado finito
o pouco
que originam minha mãos. 

 

À ESQUERDA


Impaciente com o contraditório
arranquei-lhe uma morena pluma
apertei na palma da mão
que ficou ardendo entre os dedos
tentai identificá-lo escrevendo no ar
e por demorar
a figueira me inquiriu áspera
por retê-lo.

O cedro me resignou ao vermelho
procurei-o entre os bosques
subi todos os ramos
escrutinei impetuosa cada ninho
e a sondagens nas matas por si
tinham caído.

Agitei-me desvelada em demonstrações
subo todas as tardes à esquerda de Deus
Tenho a pele por cebiles ferida
vigiando efusiva cada trinado

em alta casuarina.

 



ANDADAS

Vagabundeio
num interior ainda fechado
Já te disse
que estive com um pé paralítico
resignada ao empate,

a um gozo, a uma ira,
a certas nostalgias de tardes parecidas
celebrando o lamento
soletrando sem riscos.
Agora no outro lado da ponte...
cheguei onde o cheiro de pólvora
carrega terra firme
explode um cosmos
recorda um estalido de arrebentar
E o desejo.de voar

Traducción Portugués

Mari Trujillo

http://maritrujillo.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diseño

Betsy

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