O
POEMA
QUE
SURGIU
Maria
Luiza
Bonini
Eram
lágrimas
que
escorriam
pela
janela
Tuas
ou minhas,
mescladas,
se
confundiam
Disfarçavam
nosso
pranto
de
forma
singela
Pela
dor do apagar
de
um
sonho
findo
Descortinar
nosso
pesar,
zelosas,
não
permitiam
Tais
como
nossas
cúmplices, tristonhas
Discretas
e
silentes,
unidas,
permaneciam
Observando
a
agonia
da atormentada
insônia
Os
vidros
embaçados,
tal
olhos
marejados
Sugeriam,
como
uma página
em
branco
Que
lá
gravássemos
a
razão
de
nosso
pranto
Em
pena
e
papel,
aquele
vidro
turvo,
transformado
Por tremulas
letras,
algo
escrito,
deciframos
Um poema surgia
e propalava_ o
quanto
nos
amamos
!
São
Paulo,
18/04/10
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ENTÃO,
O
AMOR
SE
FEZ
VERBO
Maria
Luiza
Bonini
Então, o
amor
se
fez
verbo
Em
desconexas
palavras,
na
sua
euforia
Crendo
no
que lhe
parecia eterno
Passou
a
dizer
ao
mundo,
o
que
sentia
Então,
o
amor
se
fez
verbo
Em
meio
a
toda
a
sua
alegria
Cantou
seus
segredos,
em
prosa
e
verso
Sem
censuras,
fez-se
todo
poesia
Então,
o
amor
se
fez
verbo
Conjugou
em
todos
os
tempos,
a
sua
fantasia
Sem
perceber
que
a
vida, sua
algóz,
o
trairia
Então,
o
amor
que
se
fez
verbo
Ofereceu,
em
sacrifício,
a
sua
agonia
Calou
para
sempre,
o
amor,
que,
de
amor,
então,
morria
SP.
05.11.09
"O
amor
é a
asa
veloz
que
Deus
deu
à
alma
para
que
ela
voe
até
o
céu"
Michelangelo
INESQUECÍVEL
Maria
Luiza
Bonini
Intensos
momentos
de
minha
mocidade
Ainda os trago comigo,
impolutos
e
nítidos
Com
a
chancela
d'
um primeiro amor
vivído
Inesquecível
prazer
do
viver
só em
verdade
Imensos
desejos que
em
mim
se
eternizam
Beijos
e
abraços
em
tantas breves
despedidas
Mantidos tímidos
e, em
silêncio,
escondidos
Pela serena
esperança, dos que
jamais realizam
Inesquecível
é o
que vivi
e o
que
deixei
Em
tudo
por
quanto
desta
vida
levarei
Eternizando
o
que
jamais
saiu
de
mim
Inesquecível é
o quanto
e tanto
amei
Tudo
o
que,
em
sacrilégio,
idolatrei
De minha poesia, à
bela rosa
do
jardim
****
SP.
28.07.10
04:02
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