BRUMAS
Lêda Mello
É triste o esmaecer do amor, na incerteza.
O querer bem que se conheceu um dia
Amor bonito e cheio de alegria
Ver espraiar-se em rio de tristeza
Pela saudade que de tão antiga
Já nem dói tanto, como em anuência
À uma escolha feita de ausência
Tantos mistérios... Sucumbe à fadiga
Aos poucos a névoa envolve aquele olhar
Nubla o sorriso, o jeito de falar,
Turva lembranças de um tempo risonho...
Perdido em brumas longíquo recordar
Às vezes, chega-se a se perguntar
Se foi real ou se foi tudo um sonho.
CANÇÃO DO ENCONTRO
Lêda Mello
Na orquestra da vida és o contraponto.
Onde a razão dá a pauta da sinfonia
E a sensibilidade rege a harmonia
Na melodia alegre e doce do encontro.
Que no teu banquete, felizes convivas
Passem só um risco, sigam sem temor,
De se contagiarem pelo teu amor,
Caudalosa fonte, rio de águas vivas.
Permite ao coração ser a ponte da vida,
Traço de união, regaço e guarida,
Recanto de paz, onde o amor germina.
Canta, ao teu encontro, um hino de louvor
Faz de ti oferta, plena de amor,
Lembrança de vida que nunca termina.
CONFINS DE MIM
Lêda Mello
Espera um pouco.
Antes, olha nos meus olhos,
Dize que me amas!
Depois, achega-te a mim,
Toca-me a pele.
Sem pressa,
Deixa que tuas mãos
Deslizem pelo meu corpo
E, habilmente,
Teus dedos encontrem
Os vales da minha sensualidade
E conheças todos os lugares
Marcados
Pela ânsia da minha espera...
E então, te farei homem e amado
E ficarei em ti
E tu em mim...
O tempo marcado
Pela eternidade
Dos nossos suspiros!...
Lêda Yara Motta Mello
Arapiraca (AL) - Brasil
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