SONETO DA FIDELIDADE

Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 

SONETO DE LA FIDELIDAD    


De todo, a mi amor estaré atento
Antes, y con tal celo, y siempre, y tanto
Que mismo lo haga de mayor encanto
De él se encante más mi pensamiento.

Quiero vivirlo en cada  momento
Y en su alabanza he de esparcir mi canto
Y reír mi risa y derramar mi llanto
A su pesar o su alegría

Y así, cuando más tarde me busque
Quien sabe la muerte, angustia de quien vive
Quien sabe la soledad, fin de quien ama


Yo pueda decir del amor (que tuve):
Que no sea inmortal, aunque es llama
Pero que sea infinito mientras dure.

Vinicius de Moraes

Crítico e poeta brasileiro, nascido em

1913 no Rio de Janeiro

Direitos autorais reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diseño Web

Betsy