Canteiros


Poema de Cecília Meireles
musicada por Fagner

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.



Cecília Meireles


Cecília Benevides de Carvalho Meireles
nasceu a 7 de novembro de 1901,
no Rio de Janeiro.
Órfã de pai e mãe desde os três anos de
idade foi criada pela avó materna.
Formou-se em 1917 na Escola Normal
de sua cidade natal, passando a
dedicar-se ao magistério primário.
Organizou a primeira biblioteca infantil do país
e publicou seu primeiro
livro "Espectros" em 1919.
A partir de 1922, passou a integrar a ala
católica do movimento modernista.
A partir da década de 30 começou a
lecionar literatura brasileira
em diversas universidades.
Em 1935, o suicídio do marido a forçou
a ampliar suas atividades de
professora e jornalista, para educar
as filhas. Alcança a maturidade
como poeta em 1938 com a publicação
de "Viagem", premiado pela
Academia Brasileira de Letras.
Depois de casar-se novamente,
inicia-se um período de intensa
atividade profissional e literária,
e de freqüentes viagens ao exterior.
Em 1953, após anos de minuciosa
pesquisa histórica, publica
o "Romanceiro da Inconfidência".
Cecília Meireles morreu a
9 de novembro de 1964,
no Rio de Janeiro.

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagen
Mari Trujillo
 
 
_Diseño Final
Betsy