Castigo Injusto

Marilena Trujillo
*Mari*

 
Lorenzo Yucatán



Ainda ouço seus gemidos de dor,
Por que temos que nos separar?
Meu peito arrebenta de angústia...
 O coração se debate querendo parar...
 
Amor, meus soluços saem do coração.
Ele não distingüe o real do virtual...
Estou abatido, estou passando mal,
Aflito, diante de difícil situação.

Que adeus... não cabe mais adeus!
Como sair desse enorme labirinto?
Como soltar suas mãos, deixá-lo partir
Perdido em lágrimas, derrotado, tão aflito!
 
Sim. Mas existe vida depois da derrota,
E eu a quero mais do que o amor permite;
Quero amá-la, ser o seu homem, acredite!
O mundo vê que eu quero ficar; só você não nota.
 
Que culpa temos desse amor?
Ninguém tem culpa, ele chegou
E dos pés à cabeça nos tomou ....
Agora o que podemos fazer?
 
Nosso amor chegou sorrateiro do nada,
Surpreendeu-nos, vindo de mansinho,
Estávamos os dois à procura de carinho,
E nos encontramos na mesma estrada.

Ainda ouço seus soluços, percebo suas
Lágrimas do outro lado, que dor amor...
Ainda choro ao pensar em tudo
Que o amor nos trouxe e tirou...
 
Nenhum apaixonado reagiria diferente,
Mais que nunca é uníssono nosso pranto,
Mas tudo isso que nos causa espanto,
Também nos mostra o caminho à frente.

Culpada eu, culpado você...
Mas diz amor... culpados de que?
De amar? - Como... se o amor é vida?!
Adeus ... vai... tente me esquecer...
 
Não cabe agora buscar responsabilidade.
O amor é vida, você tem razão de sobra!
Nosso caminho do amor já não tem manobra,
Que nos faça perder o rumo da felicidade.
 
 
Que punhal terrível atravessando meu peito!
Como suportarei a vida, sem sua presença?
Um temporal atravessa meu corpo....
Não quero seguir... que a morte aconteça!...
 
Amor, não adianta em desespero cair,
Só precisamos de mudanças de atitudes.
Ademais, vejo, dentre todas as suas virtudes,
A de nos momentos difíceis saber reagir.
 
Dou adeus à vida, ao sol, ao luar,
Adeus ao canto dos pássaros....
Adeus ao meu sorriso e ao seu...
Chove em meus olhos, é o nosso adeus...
 
Por que, sem mais nem menos, minha querida,
Essa guinada tão repentina e às avessas?
 Onde ficam seu amor e suas promessas
De caminhar comigo por toda a vida?

Ainda que eu queira viver, não posso,
Nem você, sua partida leva minha vida.
A sua aqui está, miseravelmente presa...Infelizes
Os dois, acabados, derrotados; é a despedida....
 
Tenha fé, sou determinado, isso já lhe mostrei.
Os grilhões que me prendem vão me dar liberdade
E o meu destino, já no trecho além da metade,
Vai me dar o amor que eu sempre busquei.
 
Vai... vai embora... não diga nada...
Não olhe para trás... vai, siga seu destino...
Quem nos separou foi ele próprio...
Não chore.. vivamos... siga sua estrada...
 
Amor, pela primeira vez lhe digo "não",
Sei o que você quer, não é o que fala agora,
Pois se seu desespero me manda embora,
Está contrariando as ordens de seu coração.

Não amor, não vá pelo amor de Deus!
Fique aqui comigo.... eu imploro!
Não posso deixar minha vida ir embora,
Nem deixar você morrer nesse adeus!...
 
Abrace-me, beije-me; faça o que mais quiser.
O trajeto de nossas vidas já não tem volta,
Já vivemos um para o outro, em total escolta.
Eu sou seu homem, você é a minha mulher.


Marilena Trujillo
*Mari*

 
 
Lorenzo Yucatán
02.09.2003

 

 

 
 
 
 
 
 
   
   
   
 
 
 
 
 
 
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